À TSF, o presidente da Associação Nacional dos Produtores da Pesca do Cerco diz que há quem prefira comprar sardinhas em Espanha, por serem mais baratas, mesmo que não cumpram todas as normas de venda
Os pescadores apelam aos portugueses que se certifiquem da origem da sardinha que comem. Este é um pedido feito na véspera de Santo António, uma vez que este é o peixe associado aos Santos Populares.
À TSF, Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional dos Produtores da Pesca do Cerco, adianta que há intermediários que preferem comprar sardinhas em Espanha, por serem mais baratas, mesmo que não cumpram todas as normas de venda.
“Os portugueses terão de certificar-se não só da frescura do peixe, mas também da proveniência do mesmo, para terem certeza que estão a comer um produto de qualidade e de proveniência segura, porque estarão também, assim, a promover, de certa forma, a sustentabilidade destes recursos”, explica à TSF Humberto Jorge.
O presidente da Associação Nacional dos Produtores da Pesca do Cerco refere que “há muitos intermediários e grandes comerciantes que, pelo seguro e antecipadamente, se existir em Espanha, nomeadamente na Galiza e a preços que lhes convém, acabam por se abastecer nessas lotas, em detrimento das lotas portuguesas”. “É lamentável e, sobretudo, é mais lamentável ainda se realmente não se certificarem que este produto é um produto fruto de uma pesca declarada e legal”, sublinha.
O quilo da sardinha em lota ronda, este ano, os dois euros. Quanto ao Santo António, as condições meteorológicas não ajudam a uma ida ao mar, mas Humberto Jorge garante não vai faltar sardinha.
“Na costa portuguesa, há e houve, sobretudo ontem, bastante sardinha. Hoje nem por isso, porque o Santo António vem acompanhado de vento forte na costa litoral portuguesa e, portanto, está a dificultar a captura de sardinha. Em alguns portos, como Peniche, onde estou neste momento, de manhã, não houve sardinha, mas houve ontem à noite e ontem de manhã e, portanto, vai haver sardinha, seguramente”, assegura, acrescentando que “não controla” os preços de venda ao consumidor.
“Na primeira venda, tem variado, ontem andou por volta dos dois euros nos melhores preços, depois caiu até um euro e pouco, hoje, onde houve sardinhas, também andou à volta dos dois euros e pouco e, portanto, foi este o preço em primeira venda nas lotas. Ao consumidor final já não podemos controlar”, afirma.
Fonte: TSF, 12.06.2024
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